As aulas em três escolas na comunidade de Cujubim Grande, distante 40 quilômetros de Porto Velho, estão suspensas há quase um mês. A primeira paralisação, de 5 a 10 de abril, foi ocasionada pela cheia do Rio Madeira, a segunda, de 11 a 18, os condutores das voadeiras – embarcações que fazem transporte na cidade de Porto Velho dos alunos – alegaram não ter recebido pagamento e paralisaram o transporte aquático. A terceira paralisação, desde o dia 19, é motivada pela falta de pagamento aos motoristas de ônibus. Enquanto o problema não é resolvido, os estudantes continuam sem aulas e sem previsão de retorno.
Na Escola Municipal Deigmar Moraes de Souza, 400 alunos estão sem aulas, na Escola Estadual União são 60 estudantes e 80 jovens do ensino médio que estão sem ir à Escola Raimundo Nonato. A diretoria da Escola Raimundo Nonato afirma que o calendário letivo já está prejudicado.
Josemilda Neri, mãe de aluno e professora na Escola Deigmar Moraes de Souza, conta que está desmotivada por conta das paralisações e decidiu transferir a filha para uma escola na área urbana da comunidade. “Eu matriculei minha filha com toda a perspectiva para ela aprender realmente, mas devido a primeira paralisação eu pedi a transferência para uma outra escola”, diz Josemilda Neri Pinto.
Junto com a filha de Josemilda, desde o começo das paralisações, 11 alunos solicitaram a transferência da Escola Deigmar Moraes de Souza para escolas na área urbana, além de três que aguardam na lista de espera. Residindo distante das instituições de ensino, grande parte dos pais dos alunos aguarda o retorno da aulas com muita preocupação.
Com esse novo problema, até mesmo a direção da escola não sabe dizer quando as atividades poderão ser retomadas. “Não tem como trabalhar com 50% dos alunos e quando nós retornamos dia 11 os motoristas dos ônibus não vieram, então ficou comprometido e nós suspendemos de novo. Remarcamos nossas aulas por várias vezes, mas quando não é uma coisa é outra”, explica Luiz Pereira, diretor da escola.
Cláudio Dantas, coordenador pedagógico, afirma que devido às paralisações e sem a previsão de retorno das aulas, o calendário escolar está comprometido e o recesso em julho e as férias do final de ano estão canceladas. O cronograma foi revisto por pelo menos três vezes.
“Nós ainda vamos ver com os professores e a direção a melhor forma de repor essas aulas. O aluno não pode ser prejudicado”, explica o coordenador pedagógico.
A Secretaria Municipal de Educação informou que o serviço de transporte é terceirizado e a empresa responsável pelos ônibus atrasou a solicitação de pagamento da secretaria.
Fonte: G1