A agricultura de Rondônia cresceu. As novas tecnologias aplicadas no campo e o apoio do governo do Estado incrementaram o setor. Segundo o IBGE, a produção agrícola teve um aumento de 0,5% na safra 2012/2013. A previsão para este ano é produzir e colher 1,2 milhões de toneladas de grãos entre soja, milho, café, arroz e banana. Mas Rondônia, assim como boa parte do País, depende da importação de fertilizantes que chegam ao Brasil através dos portos de Paranaguá, no Estado do Paraná, e guia Santos em São Paulo. Para facilitar este acesso e baratear os custos para o produtor, o governo de Rondônia estuda a importação do produto através do Porto de Porto Velho.
O assunto foi discutido em uma audiência que reuniu o diretor presidente da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), Ricardo Sá; o diretor superintendente da Hermasa Navegações Amazônicas, João Roberto Zamboni e o gerente de transporte fluvial e minério, também da Hermasa e Silvio Luiz Eidt.
A ideia do grupo é que o setor produtivo do Estado dê um salto na produção e na produtividade, abrindo mão do desmatamento, com foco na recuperação de áreas degradadas através do processo de fertilização do solo. A saída mais imediata é a distribuição de calcário aos produtores. O passo seguinte é importar fertilizantes.
Para se ter uma ideia da demanda do produto em todo Brasil, diariamente uma média de 60 navios aguardam a liberação para descarregar fertilizantes em Santos e Paranaguá. Eles chegam a esperar 48 dias para fazer o transbordo. Uma espera que chega a custar U$ 30 mil por dia. “Custo que o produtor irá sentir no bolso quando o produto chegar até ele. Por isso a preocupação do governador Confúcio Moura em realizar as parcerias necessárias que resultem na importação de fertilizantes através do Porto da Capital. Importação que pode chegar a aproximadamente 100.000.000 de toneladas por ano, ou mais, conforme a necessidade dos produtores do Mato Grosso e Rondônia”, disse Ricardo Sá.
Antes, porém, é necessário fazer alguns investimentos na infraestrutura portuária, como um guindaste específico para esta operação. O diretor superintendente da Hermasa já solicitou o arrendamento de uma área onde pretende iniciar operações portuárias de importação permanente de fertilizantes vindos do Oriente Médio para o plantio de soja em Rondônia e Mato Grosso.
Os investimentos ficarão por conta da própria Hermasa. Para afinar a proposta, Ricardo Sá já agendou uma ida a Cuiabá, (MT), onde se reunirá com o Grupo Maggi. No estado vizinho, Sá também irá conhecer uma indústria de adubo. A perspectiva é conseguir um parceiro privado que se una à Hermasa, e monte um misturador de adubo em Porto Velho. Com isso será possível distribuir o produto na cidade de Porto Velho para todo interior com o frete mais barato, utilizando as carretas de soja que retornam vazias para o campo.
O projeto também foi discutido com os secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), Emerson Castro; de Meio Ambiente (Sedam), Nanci Rodrigues e de Agricultura, Pecuária e Regulariação Fundiária (Seagri), Evandro Padovane, entusiasta e idealizador de um misturador de adubos atuando no Estado.
Fonte: Rondonotícias